quarta-feira, 18 de novembro de 2015

A banalização do amor e a perda da essencia no "eu te amo"

Nada é mais como antes no campo dos sentimentos. Foi-se o tempo em que o amor durava a vida inteira e o casal envelhecia junto. Nos dias de hoje, o excesso de possibilidades e até a liberdade (ou libertinagem) que cresceu no mundo lado a lado com a modernidade, as relações tornaram-se volúveis, dificultando em muitos casos a durabilidade dos romances, apagando lenta ou bruscamente a chama do amor, que outrora parecia ser interminável. Em boa parte dos casos, as pessoas dizem “eu te amo” quase com a mesma facilidade de um “bom dia” ao porteiro do prédio. E da mesma forma, facilmente se desfazem do “amor” como se estivessem se despindo de uma roupa que não lhes serve mais, partindo para a próxima conquista.

Se é carência, eu não sei. Se por um lado o desenvolvimento tecnológico surpreende a cada dia, por outro, parece que a humanidade regrediu em relação a sentimentos. Parece como um grito de liberdade outrora preso na garganta, trancado por séculos de opressão e ditames culturais, de casamentos arranjados e paixões abafadas.

A ilusão é frequente. Supervaloriza-se o outro rapidamente. E com isto, a desilusão é presença certa em muitos casos. Quase ninguém se interessa em conhecer o outro realmente. Superficialmente já basta – o suficiente para suprir a carência afetiva e desejos.

Verbalize o seu amor,

quando necessário.

Mas, saiba o momento de calar para não banalizar,

porque o amor, quando verdadeiro, fala por si mesmo.”

             Rosicarmen Xavier   

Com tantos aplicativos para conhecer gente nova e com as redes sociais, se torna tão fácil conhecer pessoas, que está fácil de mais! Isto gera a sensação de pouca valorização ao indivíduo, ao ser humano. Gera também a preguiça de conhecer melhor alguém…que se esconde por trás de perfis virtuais nem sempre tão verdadeiros.

É tanta erotização, que por sua vez também foi banalizada, que fica quase impossível enxergar o amor e quase impossível reconhecê-lo como verdadeiro. O amor e a paixão se misturam, regados a doses de carência afetiva e toneladas de ilusão, a ponto de tornar a confusão de sentimentos corriqueiras.

Somente sei que diante de tudo isto, ao escutar “eu te amo”, vou me questionar a respeito da veracidade desta declaração. E caso o amor seja real, ele falará por si só, através de ações concretas que não deixarão dúvidas e que o tempo não apagará. Porque o amor fala mais por atitudes do que por palavras ditas ao vento. Não se amedronta com as dificuldades, resiste, persiste, é abnegado.
O amor verdadeiro nunca é banal.

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